Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

CLÁUDIO TAVARES BARBOSA
( BRASIL - MINAS GERAIS )

 

Nascimento: 1914 - Conselheiro Lafaiete, MG.

 Poeta, novelista, diplomado em Direito, professor.

COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238

 

BARBOSA, Cláudio Tavares.  Acaba mundo e outros poemas.  Rio de Janeiro, RJ: 1958.   79 p. No. 10 907

Exemplar doado pelo livreiro BRITO, de Brasília - DF.



ACABA MUNDO

Na rua do Grão Mogol
os líricos incorrigíveis boemizam a vida,
atordoam a vida.
As serenatas,
vestígios de Minas Gerais,
inquietam os pardais,
bolem na sensibilidade dos poetas incuráveis.

Na última avenida
começa a outra vida.
Morrem longe os gritos do século,
os cafés foram invadidos pela guerra que se resolve nas mesas

e que não chega até cá.
Quando o homem quiser ajoelhar-se fora dos templos
e evocar a infância,
aqui se refugiará.

Os mesmos meninos de ronda, cirandas, quebram vidraças.

Os automóveis continuam noturnos
e os perdidos de amor
substituíram os confortáveis aposentos
pela delícia da relva,
pelo compassivo luar.

Acaba Mundo!
No bangalô vermelho,
de abauladas janelas azuis,
o tempo não existe.

Ou então não se condiciona aos relógios,
na certeza das fugas oportunas.

Os montes insistem nos impassíveis convites para a salvação.


As árvores, os ventos, ali estão.
Existem.
Acaba Mundo!
Nunca, Marilia, se há-de acabar.

 


UM CONVITE MUITO AUDACIOSO

Passamos pelos loucos,
pelos idealistas,
sempre mais ou menos numerosos,
quer na guerra, quer na paz,
pelos lares onde o conforto se instalou provisoriamente,
e pelos outros onde a tristeza foi morar.

Cruzavam automóveis aerodinâmicos,
os namorados efêmeros também passeavam.

Visitamos os enfermos,
não fomos aos hospitais.

Tudo muito igual:
amores, lares, autos, hospitais.

Marília não demorava os olhos,
fugia.
— Vamos até do outro lado?

— Aonde?
— À infância.

Marília sorria.
Tolinha!
— Vamos.



PIEDADE APENAS

Para as crianças.
Não para a que viu espumas na serra
e o sol furando nuvens.
(Algum consolo).

Para as que não brincam
ou apenas brincam de esconder no mar.
Não choremos,
nem gritemos.
Os gritos seriam abafados
e as lágrimas não chegariam até o mar.


HOMEM CONFIANTE

Acontecia a morte.
Vento pelas fendas
corpos apodrecendo a chuva
no chão.
Aconteceu também o sangue
nos seios pobres
nos braços fortes
mãos, peito, membros.

Nas praças,
no campo,
no paiol
DE ESPIGAS

indiferente,
inevitável,
ó morte outrora
mas tão agora.

Há olhos que crescem
e por que não?

Ombros,
mão também.
Se olhos amplos
inundam as ruas,
— tão líquida luz e confiante
que humilha o dia.
E deu-se nas casas,
bosques
escombros e jardins,
um pressentido estremecimento,
— tal o gosto de orvalho,
sabor da manhã.

Aconteceu a mor-
te outrora, pois não?
Agora
a desimportância
do acontecimento.



*
VEJA e LEIA outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:

https://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html

Página publicada em agosto de 2025.

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar